"Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos céus." Senhor Jesus Cristo
Mateus 19:14
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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

José Nelson - Uma Lição de Vida

O Início da Vida de José Nelson
Capítulo I
 O menino Nelson cresceu vendo seu avô fazendo orações de agradecimento antes de dormir, pois ele achava que assim tinha um contato direto com Deus. José Nelson nasceu em Aranaú-Ce no dia 02 de maio de 1932. Era o primogênito de uma família composta de 12 filhos. Até sua adolescência, ele e sua irmã Elita foram criados por seus avós paternos. O avô de Nelson era um homem simples e cuidadoso e, mesmo sem conhecer o Senhor Jesus como seu Salvador, ensinava seus netos a serem honestos, obedientes e tementes a Deus. O que deixava o menino Nelson curioso era a maneira como seu avô (conhecido como Marçal) agia de maneira diferente da sua avó. Ela sempre rezava e seguia os costumes da Igreja Católica e achava ruim o comportamento do seu esposo que por sua vez não rezava e não se curvava diante dos ídolos.

A vida não era fácil, o trabalho na agricultura e na pescaria era duro e penoso. E mesmo enfrentando tantas dificuldades, Nelson nunca viu seu avô lamentar pelos fracassos, mas a sua atitude era de serenidade e contentamento. Por conta do seu comportamento tornou-se um homem caráter: sincero, trabalhador, zeloso no que fazia e profundamente respeitado.

    
O pequeno conviveu com seus avós até aos 13 anos e frequentou pouco a escola, pois seu avô achava que como ele já sabia ler, escrever e fazer contas com as quatro operações, isso era o suficiente para ter uma vida bem sucedida. Até que seu avô decidiu tirá-lo da escola. Nelson ficou muito triste porque teve que sair do convívio escolar, pois gostava muito de estudar. E foi na escola que ele conheceu o seu melhor amigo, Antônio Chagas. Eles gostavam de brincar juntos, estudar e conversar sobre o futuro.

Mesmo longe da escola, Nelson tornou-se um grande leitor, teve contato com alguns clássicos escritores da Literatura Brasileira como Euclides da Cunha, Clarice Lispector, Machado de Assis, José de Alencar e outros.

Desde pequeno, Nelson precisava trabalhar para ajudar seus avós. Foi na convivência com seu avô que ele começou a perceber que existia um Único Deus Vivo e Verdadeiro.
Mesmo sendo de uma família humilde e tendo que trabalhar, Nelson era um menino feliz. Morando numa casa simples, o caráter de seu avô e sua atitude de contentamento, ajudava a enfrentar as dificuldades da vida.

Quando saiu da casa de seus avós, ainda na juventude, ele colocou em prática os valores adquiridos no convívio com os avós e dedicou-se especialmente ao trabalho na agricultura junto com seu pai (Chicó) e seu irmão Walter para ajudar no sustento da sua família.

Passando por muitas dificuldades financeiras em sua terra, saiu de casa a fim de encontrar trabalho para ajudar melhor a sua família. Viajou para vários lugares e trabalhou como comerciante, agricultor, pescador, vendedor de doces, e também desempenhou o ofício de padeiro. Nas horas de lazer, tocava violão ou cavaquinho em festas sociais.

Em 1956, aos 24 anos de idade, José Nelson viajou ao Paraná junto com sua irmã Elita e sua família, que se encontraria com o marido que já estava lá.

A viagem foi longa e sofrida, teve que seguir em caminhões que transportavam produtos do Nordeste para o Sul do país. Ele, a irmã e os sobrinhos viajaram durante 21 dias até chegarem a Paranavaí. 

Nesse tempo, a maior parte do que ganhava com o suor do rosto mandava para seus pais. Longe de sua terra, de sua gente, de sua cultura e do clima gostoso do Nordeste, passou por várias dificuldades. Conheceu pessoas que o ajudaram a adaptar-se numa terra estranha, conquistou muitas amizades e sofreu preconceitos por ser nordestino e ter um sotaque diferente.

José Nelson mesmo antes de conhecer Jesus como Salvador, levava uma vida como bom exemplo da sociedade, tornando conhecido e respeitado por todos. Sempre cultivou boas maneiras e respeitava as pessoas mais velhas.

Os pais, ele os tratava com amor e, mesmo de ter a sua própria família, fazia questão de visitá-los. Esse homem, mesmo longe de Deus, nunca tomou bebida alcoólica, nem aceitava compartilhar de ambientes onde houvesse pessoas embriagadas.

Um dos defeitos de José Nelson era que ele não valorizava a refeição feita por suas irmãs. Como bom nordestino e praiano, ele gostava muito de tapioca (comida de origem indígena feita com o polvilho da mandioca e coco) acompanhada com café ou peixe assado.

Muitas vezes por falta de cuidados no preparo, ele arremessava as tapiocas amolecidas ou queimadas que, pairavam um bom tempo no espaço até se chocarem com o chão, tornando-se impróprias para comer. Ele falava que tudo aquilo se parecia com "orelhas de porco". Tal atitude ocasionava brigas constantes (que hoje são relatadas em meio a muitas gargalhadas - como diz o nordestino.
           

O Início da Sua Vida em Cristo

Capítulo II

 
Ainda morando no estado do Paraná ( mostre no mapa), certo dia um amigo deu- lhe um livro que falava do plano de Deus para a salvação do homem. No começo ele ficou meio desconfiado, mas diante das explicações de que ali estava, a verdade salvadora através do Senhor Jesus, aceitou o livro. Nelson começou a ler e o Espírito Santo foi abrindo a sua mente para entender as verdades espirituais. A leitura estava mexendo com sua mente e todas as tradições religiosas estavam cedendo lugar para a verdade do amor de Deus. A cada dia ele aprendia sobre a condição pecaminosa do homem e que sem Jesus ninguém podia ser salvo.

Certa vez ele foi convidado para ir a uma festa tradicional na cidade onde morava e, para agradar os amigos, resolveu comparecer a festa. Em seu coração, ele já não queria participar das coisas mundanas.

Na festa, a bebida era oferecida fartamente e as pessoas estavam alegres e conversavam alto. Em meio a tanto barulho, ele avistou o padre da cidade bebendo e isso o chocou profundamente. Ele havia encontrado uma contradição na vida de uma pessoa que se dizia pregador da Palavra de Deus. No mesmo instante, foi embora. Ele já não era mais a mesma pessoa.

Ali, longe de sua terra, havia encontrado o Salvador. O Soberano Senhor o colocara numa terra firme e mudara a trajetória de sua vida. O Rei dos reis o separou para ser Seu servo.
No Sul, José Nelson teve a oportunidade de aprender a lidar com as plantações de café e conviveu com cearenses, alagoanos, baianos, paraibanos, paulistanos, maranhenses e outros. Morou em Paranavaí e em Nova Londrina, onde até hoje vive sua irmã Elenita com seus filhos e netos.

No inverno de 1959, ele voltou à sua tão querida terra (Aranaú). Um jovem cheio de planos e saúde. Ele havia trazido algum dinheiro para investir na compra de farinha para vender aos mercadores que vinham de outras regiões em busca desse produto em Aranaú. 

No entanto, seu pai disse que ele perderia dinheiro com este tipo de investimento e como ele sempre obedecia seu pai, não o fez e comprou uma máquina de costura para sua mãe que era costureira e não possuía uma máquina. Mas naquele ano a farinha alcançou um preço altíssimo e ele ficou bem triste porque não havia investido nesse produto. De qualquer modo, ele não se deixou abater por isso e continuou sua vida normalmente.

José Nelson tendo a Bíblia como regra de fé, encontrou o irmão Francisco Solom (conhecido como Chico Cristino), que já havia conhecido a Cristo através do irmão Capistrano. Ele ficou muito contente, pois achava-se sozinho no meio de um povo rebelde contra Deus, que até tinha expulsado um policial porque era crente no Senhor Jesus.

Com a idade de 29 anos, Nelson queria encontrar uma moça para construir uma família. Foi então que ele conheceu uma jovem chamada Maria Dilma. 

Ela era uma moça simples e de comportamento exemplar tanto em casa como no meio social. Depois de namorarem um ano e meio, casaram. A cerimônia foi realizada na igreja católica, uma vez que não havia crentes em Aranaú e nem igreja evangélica. Maria realmente foi a esposa que Deus preparou para ele e que jamais deixou de auxiliá-lo em tudo, inclusive na vida cristã.

Da união desse casal, após 5 anos, nasceu o primeiro filho, ao qual deram o nome de Silas. Quando Silas estava com 4 aninhos, nasceu outro menino e colocaram o nome de João Marcos. Um ano depois nasceu a menina Diná.

Nesse tempo José Nelson fazia viagens comerciais para suprir as necessidades de sua família. Nessas jornadas, passando pela Vila de Paraguai-Ce, teve a oportunidade de assistir a um culto em que o missionário e pastor Geraldo Bergen pregava. Diante de todos ele confessou que era um convertido, um crente no Senhor Jesus.
   
A partir daquele dia, José Nelson iniciou sua vida cristã e logo começou a pregar as Boas Novas do Evangelho ao povo de sua cidade. Juntamente com o irmão Chico Cristino pregavam especialmente para seus familiares.

Nessa época, um homem chamado Ginó veio a Aranaú para vender literatura de cordel (conhecida na região como romance), ele foi evangelizado por Nelson e Chico Cristino. Depois de algum tempo, Gino voltou a Aranaú para morar e já era salvo pelo Senhor Jesus. Assim, Deus preparou esses três homens para uma grande Obra nessa cidade.

José Nelson e seus dois companheiros não pararam de anunciar o Evangelho, o que causou uma grande revolta entre as pessoas mais influentes de Aranaú. O povo tinha o coração tão duro que até havia expulsado um soldado chamado Lauro que cuidava da segurança da cidade e ainda pregava o Evangelho.

Um dia, ao saber que seus parentes estavam descontentes com eles por pregarem do Amor de Deus e combaterem as práticas católicas, José Nelson gritou em pleno mercado público:

“Vocês expulsaram o soldado Lauro, porque ele era soldado do governo. Nós, porém, vocês não podem expulsar, porque somos soldados de Cristo”.

Assim começava a Igreja Bíblica em Aranaú no ano de 1965. Deus estava com aqueles três homens, conforme Ele mesmo diz em Sua Palavra: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles (Mateus 18:20).”

Como fruto do trabalho de evangelização, José Nelson ganhou seus pais para Cristo. À medida que a Palavra de Deus ia sendo anunciada, muitas pessoas chegavam ao pleno conhecimento da Verdade e aceitavam Jesus como Salvador. 

A família de Deus, aos poucos, foi aumentando e, cada vez mais, José Nelson orava para que alguém pastoreasse o rebanho. Deus enviou o irmão José Bernardino que foi o primeiro pastor brasileiro a trabalhar naquela Igreja.

No ano de 1978, uma tragédia se abateu sobre a família de José Nelson. Sua única , doce e amada filha Diná morreu afogada no poço que havia no quintal da casa onde morava. Foi um grande sofrimento para a família que não entendia o porquê desse acontecimento doloroso. Entretanto, o Senhor também concedeu consolação aos seus filhos. Eles foram acalentados em seus corações com a graciosidade de Sua Palavra. Esse casal de servos soube aceitar a vontade de Deus em relação à sua querida filha.

Um dos versículos que lhes ajudaram bastante foi: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Isaías 55:8-9).”
Anos depois o Senhor lhes concedeu outro filho cujo nome é Jessé. Veio o Davi que nasceu morto, e em seguida nasceu Tércio que é o caçula da família.

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Capítulo III
A Bíblia diz em Salmo 37:25 “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.” José Nelson confiava nessa promessa de Deus e acreditava que seus filhos não passariam fome. Ele sabia viver na dependência de Deus e descansava nos braços do Senhor.

Nos anos 70, Nelson e sua família foram morar numa praia chamada Formosa, localizada no Preá, ambos ficam perto de Jericoacoara. Naquele tempo exercia o ofício de vendedor ambulante e levava consigo seu filho Silas para auxiliá-lo com os animais que transportavam as mercadorias. Certo dia quando fazia sua ronda comercial passando de casa em casa, encontrou na primeira residência algumas pessoas dispostas a ouvir a Palavra de Deus. Ficou quase o dia todo falando do amor de Deus e da Obra do Senhor Jesus, deixando de lado os lucros que poderia ganhar naquele dia de negócios. 

Seu desejo ardente de pregar o Evangelho Salvador era maior do que ganhar dinheiro.
Essa demonstração de amor, que se repetia sempre, ficou guardada na mente e no coração de seu filho ainda criança, cuja vida também é dedicada ao Senhor até hoje.
 No ano de 1980 eles foram morar em Preá, onde se fixaram por algum tempo por causa do seu comércio. Seu filho Silas na época com 12 anos se interessou por um par de sapatos e pediu ao seu pai que lhe desse como presente.

O menino estava certo de que seu pai lhe daria o par de sapatos. Entretanto, José Nelson estando em casa com a família fez a seguinte proposta: “Meu filho, ache um trabalho, ganhe o dinheiro equivalente ao valor do par de sapatos, traga para mim e o sapato será seu. Garanto-lhe não vendê-lo.”.

O garoto achou aquilo esquisito, mas sabia que o pai não mudaria de opinião em relação àquela proposta. Um dia, José Nelson o chamou e disse que havia encontrado um trabalho para ele. Ele havia fechado negócio com um senhor que estava a construir uma casa e precisava transportar 1.500 telhas. Silas se animou e, no dia marcado, começou o transporte das telhas usando os jumentos do seu pai .

Ele e outro menino chamado José Paulino fizeram esse árduo trabalho. Depois de tanto esforço, Silas foi, então, comprar orgulhosamente o par de sapatos, que seu pai o guardara protegido dos olhares de outros eventuais compradores. Ao chegar com o dinheiro na mão, recebeu o tão precioso objeto, pelo qual lutara tanto. Teve então uma grande surpresa. Seu pai, com toda serenidade lhe disse:

- “Meu filho, aqui está o par de sapatos que você tanto deseja. O dinheiro também é seu e eu não quero um centavo sequer”.

Com certeza, presentear ao filho com um sapato seria fácil demais para José Nelson, mas queria ensiná-lo o valor do trabalho e mostrar que as coisas tem valor maior, quando lutamos para alcançá-las.
Ainda morando perto da praia, Nelson e sua família podiam desfrutar das belezas naturais e da confortável sinfonia das ondas quebrando na areia. Eles tinham um vizinho bem amigo, que se chamava Josa.

O Sr. Josa era tio de Nelson. Ele falava para as pessoas que já tinha recebido Jesus como seu Salvador, mas no coração ele tinha muita raiva de um certo homem e não conseguia perdoá-lo. Ambos andavam armados para se confrontarem em qualquer oportunidade. José Nelson aconselhava-o a observar a Palavra de Deus sobre o amor e o perdão. O seu tio sempre respondia:

- Eu já tentei uma reconciliação, porém ele não quer acordo nenhum! Sendo assim, eu também não vou mais atrás de conversar com ele.

Mesmo parecendo impossível, José Nelson insistia em ensinar-lhe sobre o exemplo de Cristo. O Senhor Jesus quando foi insultado, não respondeu com insultos. Quando sofreu, não ameaçou, mas pôs a sua esperança em Deus. Ele próprio levou nossos pecados no seu corpo sobre a cruz a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos uma vida correta. (Professor leia I Pedro 2:21 a 24).

Um dia, o coração do Sr. Josa se rendeu e perguntou:
- Meu sobrinho, diga-me: o que eu posso fazer para reconciliar-me com meu inimigo?

- Meu tio, compre uma cavala (uma espécie de peixe) e mande como presente para ele.
Esse foi o conselho de Nelson. Quando aquele homem recebeu o presente, ficou tão feliz que esqueceu toda raiva e perdoou o Sr. Josa. Os dois passaram a conviver bem e jamais tiveram outra briga. José Nelson agradeceu a Deus por essa benção que ficou conhecida como: “O peixe que acabou com a briga”.

COOPERANDO NA OBRA DO SENHOR

Capítulo IV

Em Preá não havia nenhuma Igreja Bíblica, mas alguns moradores eram crentes no Senhor Jesus. Naquela época, o único lugar usado para realizar cultos nos finais de semana era um pequeno templo de madeira, localizado a cerca de 3 km da vila, numa praia chamada Formosa.

Um grande amigo de Nelson e também crente em Cristo, Antônio Chagas (amigo de infância), cuidava do templo e da organização do trabalho. Naquele tempo não havia energia elétrica e eles caminhavam 3 km com a finalidade de ouvir da Palavra de Deus, cantar louvores e ao mesmo tempo ter comunhão com os irmãos. Todos caminhavam com alegria, pois o tempo juntos compensava qualquer sacrifício.
José Nelson aproveitava as oportunidades para falar de Jesus. Ele fazia isso sempre que saia para vender suas mercadorias e o número de pessoas convertidas foi aumentando porque alguém estava obedecendo ao IDE de Jesus “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” – Marcos 16:15.
Aqueles dias eram tempos difíceis, porém era doce andar pelos caminhos escuros para compartilhar do Senhor Jesus e receber o alimento espiritual.


O número de crentes no Senhor Jesus cada vez aumentava mais e o templo no seu interior ficou pequeno para tantas pessoas. Construíram então um templo em Preá, hoje conhecida como Igreja Bíblica do Preá. Qualquer pessoa que visitar aquela Igreja (ladeando o templo ao leste) verá que, há uma planta cujo fruto é conhecido em nossa região como azeitona (em outras regiões do Brasil o mesmo fruto é chamado de Jamelão). 
 
Foi José Nelson quem sugeriu o local da construção, porque aquela árvore daria uma boa sombra e um toque especial da natureza ao local.

Como servo fiel ao Senhor, José Nelson era um homem dedicado à família, cuidou de seus filhos e lhes ensinou os caminhos do Senhor. Passou por provações e lutas, mas nunca abandonou sua fé, pelo contrário, Jesus era o seu consolo maior.

Em novembro de 1982, devido um problema que aconteceu na Igreja Bíblica de Aranáu, José Nelson sendo um dos primeiros crentes daquela igreja foi chamado para ajudar na resolução do problema. Ele deixou a vida de comerciante (aquele ano as vendas haviam crescido bastante) e passou a trabalhar para Deus em tempo integral, tornando-se então pastor daquela Igreja até o dia em que o Senhor o tomou para Si.
(Professor explique para as crianças o que viver para Deus de tempo integral)

Um fato muito interessante na vida de José Nelson era que ele tocava violão e cavaquinho. Antes de conhecer Jesus, ele tocava em serestas, cantava, participava de peças teatrais (bastante famosas em Aranaú) e, às vezes tocava seu cavaquinho ou violão em festas sociais.

Certamente isso fazia parte do plano de Deus, pois Ele o prepararia para uma vida de serviço em Sua Obra, transformando-o num pregador do Evangelho que levaria a Mensagem da salvação para muitas pessoas.
Seus filhos herdaram dele o dom e amor pela música. Todos eles (Silas, João Marcos, Jessé e Tércio) são responsáveis pelo ministério de louvor na Igreja Bíblica de Aranaú.

Era algo que alegrava muito o seu coração ao vê-los usar um dom tão especial na Obra do Senhor.

 
Pr. José Nelson tinha problemas no coração, que preocupava toda família. A família do missionário Ronaldo Johnson sempre almoçava na casa dele e às vezes José Nelson (quando estava com falta de ar) ficava em casa com Betinha (na época bem pequena). No mês de julho de 1997, Pr. Ronaldo Johnson estava na casa dele para um almoço. Todos conversavam, ele estava bem animado pelo tempo de comunhão e até comeu bastante. Depois do almoço e um tempo de repouso, Pr. Ronaldo despediu do Pr. José Nelson e partiu.

No final da tarde, o coração dele parou de bater, o seu filho Silas o teve em seus braços, enquanto o último sopro de vida física se extinguia do corpo do seu pai. Deus o chamara para usufruir de todas as promessas que Ele havia prometido ao seu servo. O Senhor o promoveu ao Céu, a Sua presença, para receber a coroa da glória.
Naquele dia, Silas e João Marcos haviam regressado do acampamento Jóia porque eles tinham sidos os responsáveis pelo louvor no retiro de jovens. Foi um tempo muito triste para a família, entretanto, em seus corações, sua esposa Mariazinha, filhos e irmãos, sabiam que ele deixara de sofrer as dores desta vida e passara a viver na glória celestial.

A família do Pastor José Nelson tem grande alegria em observar os ensinamentos e lições de vida que ele deixou, especialmente os princípios bíblicos tão fielmente transmitidos.

Uma vida cristã exemplar foi uma busca constante na vida desse servo do Senhor, que sempre ensinava os filhos a buscá-la com extremo zelo.


HISTÓRIAS CURIOSAS

O segredo da felicidade

José Nelson era um homem prudente e modesto, mas também nunca foi perfeito. Ele sempre apresentava ideias sobre a boa vida e uma delas é sobre a felicidade.

Um episódio cômico o fez passar por momentos de aflição: sua esposa Mariazinha gostava de criar galinhas e o fazia no quintal da própria casa. As galinhas atraem um predador conhecido naquela região como caçaco e, numa daquelas noite de sossego absoluto, já alta madrugada, as galinhas de D. Mariazinha soltaram gritos de desespero. Isso fez todos acordarem súbitamente e, estonteados pelo sono, José Nelson e Mariazinha correram para o pé de manga, onde as galinhas dormiam.

Como não havia energia elétrica, a esposa levou uma lamparina a querosene e, ele por sua vez, armou-se com um pedaço de pau bem robusto para aniquilar o terrível animal que atacava as galinhas. Lá chegando, logo avistou um bicho que se mexia nos galhos da mangueira e, é claro, atacou-o raivosamente dando-lhe diversas cacetadas. Ao julgar que o bicho já estava morto, pediu à esposa que aproximasse a luz fraca da lamparina para certificar-se que havia conseguido eliminar o predador. Tamanha foi a surpresa que teve ao ver com clareza o animal morto: os efusivos golpes desferidos acertaram eficientemente a cabeça de um belo frango, que nem serviu para ser aproveitado na panela. O caçaco fugiu furtivamente e talvez ainda tenha atacado outras galinhas.

Depois desse desafortunado acontecimento, José aprendeu uma lição que sempre ensinava para as outras pessoas. Ele diza:

– Se você quer ser feliz, aceite Cristo como Salvador e jamais crie galinhas.


Modéstia: Os filhos de José Nelson: Silas, João Marcos, Jessé e Tércio herdaram dele o dom da música. Graças à misericórdia de Deus, hoje os quatro tocam para louvá-Lo.
Esse dom de tocar, José Nelson herdou de seu pai Chicó. 

Quando ele esteve no estado do Paraná, na cidade de Paranavaí, tinha um vizinho espanhol, que o considerava como filho. Esse homem e sua esposa tinham grande apreço por José Nelson. As filhas do casal sempre faziam brincadeiras preconceituosas com José Nelson, porque ele era nordestino e, numa de suas folgas do trabalho de padeiro, foi à casa do bom vizinho para conversar um pouco. 

Havia um velho violão sobre a mesa, guardado sempre na mesma posição e jamais ouvira alguém da casa usá-lo. Nesse dia, então, José Nelson foi até o belo instrumento e passou suavemente o dedo em suas cordas e verificou que estavão bem afinadas. Nesse momento, as moças caíram na gargalhada e se esbaldaram em mangações contra o pobre nordestino. Ele, por sua vez, não deu ouvidos. Tomou o nobre violão nos braços, tocou e cantou um bela canção. 

Esse feito foi causa de extrema admiração por parte daquela família, pois nunca o viram tocar violão, apesar de fazer bastante tempo que ali morava. As moças passaram a importuná-lo daí em diante não com desprezos, mas para que ele tocasse mais.

Desse modo, José Nelson mostrou o dom que tinha com a música, mas de modo certo, sem exibições nem falsa modéstia.


Empréstimo: José Nelson tinha um grande amigo chamado Antônio Chagas e entre eles a relação de amizade era uma coisa extremamente sincera e verdadeira. A intimidade que os dois tinham chegava a ser também coisa rara.

Certa vez, Antônio Chagas pediu-lhe um jumento emprestado para realizar um trabalho. José Nelson atendeu o pedido do amigo e mandou que seu filho Silas levasse o animal. Nesse tempo, eles moravam 24 quilômetros distante um do outro. Antes que o filho partisse, pediu-lhe que desse o seguinte recado:

– Antônio Chagas, aí vai o meu jumento. Você tem que dar milho para ele todo dia, banhá-lo com shampoo ou sabonete, pentear bem o bichinho e não pode ser com o teu pente velho não. Brincadeiras assim eram constantes entre esses dois amigos.



Autora: Darlene Alencar Oliveira
Ilustração: Elisabeth Nancy Faythe Johnson
Revisão: Jenuan Silva Lira
Colaboração: Silas Araújo Brandão
Patrocínio: Filipe Stucky

O lançamento dessa maravilhosa história foi no dia 11 de fevereiro de 2011 na cidade de Aranaú.




3 comentários:

Anônimo disse...

Uma história linda. Obrigada por compartilhar

Deyse Bernardo disse...

Obrigada por compartilhar essa história. Usarei com as crianças de minha igreja. Que Deus te abençoe sempre!

Elizabeth disse...

Edificante! Obrigada por compartilhar, Darlene. Deus seja louvado por cada um que investiu do seu tempo, talentos e recursos, para que essa história fosse compartilhada. Vou compartilhar. Deus abençoe você e toda equipe.

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