"Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos céus." Senhor Jesus Cristo
Mateus 19:14
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segunda-feira, 1 de abril de 2019

História Missionária de Jina Stucky


Deus Cuida de Jina
Capítulo I
Introdução: Quem sabe o que é um missionário? Você sabe o que o missionário faz? Missionário é qualquer pessoa que tem o Senhor Jesus como Salvador, e que fala aos outros o que Jesus tem feito em sua vida e deseja fazer a vontade de Deus seja aonde for. Às vezes o missionário deixa o seu próprio país para evangelizar outras pessoas distantes. Você vai conhecer a história verdadeira de uma missionária que deixou o seu país e veio para o Brasil. O nome dela é Jina Stucky.

Jina morava numa casa humilde de apenas quatro cômodos. Seus irmãos e ela aos sábados, tinham o costume de tomar banho de mangueira. Para eles era um momento de grande alegria. A casa onde eles moravam era bem pequena. Jina e suas irmãs dormiam juntas numa cama de casal, enquanto seu irmão Ricardo dormia em quatro cadeiras encostadas na parede. O seu colchão era quatro travesseiros. Era difícil para eles possuírem algum brinquedo ou roupa nova. Jina e suas irmãs brincavam de boneca de papel e tinham que brincar em silêncio porque seu pai não gostava que fizessem barulho.

Certo dia chuvoso quando Jina estava na escola, ela começou a tossir bastante, então a professora mandou que ela fosse pra casa na chuva e ela não tinha guarda-chuva e nem botas. Chegando em casa, além da tosse, Jina também havia contraído uma bronquite por ter andado desprotegida na chuva. Como seus pais não tinham dinheiro, a pequena Jina não podia ir ao hospital e nem tomar remédio para ficar boa. Sua mãe preparou um remédio caseiro para sua tosse, e assim ela foi melhorando.
Desde pequena, Deus já estava cuidando de Jina, suprindo suas necessidades e atentando para sua saúde. Como o nosso Deus é bom.
A pequena Jina tinha muito medo de trovão e relâmpago. Isso tudo porque certa vez quando ela vinha da escola com sua irmã Patrícia, veio um tornado (Tornado é chuva com vento formando um grande redemoinho que destelha casa, arranca árvores...). O tornado passou tirando todas as janelas da casa da vizinha e ainda partiu uma árvore bem no meio. No Brasil não é costume ter tornados. Eu posso pensar na grandeza de Deus e no Seu cuidado por cada um de nós. Por isso quando você sentir medo por causa de trovão e relâmpago, peça a Deus para te ajudar. Salmo 145.18 nos diz: “Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”.

Quando Jina tinha 11 anos de idade, aconteceu algo muito difícil para ela. Seu pai não estava em casa e seus irmãos estavam dormindo. Enquanto ela lia um livro, sua mãe disse: “Jina pegue o meu remédio que está na bolsa”. Ela foi correndo buscar o remédio e quando voltou encontrou sua mãe desmaiada no sofá. Sem saber o que fazer, ela correu e chamou o vizinho. O vizinho veio, mas não conseguiu reanima-la. Jina teve que ficar sozinha com sua mãe por meia hora até seu pai chegar. O médico veio examiná-la, mas como eles não tinham plano de saúde e nem dinheiro, a unica coisa que podiam fazer era esperar em casa.

Sua mãe ficou em estado de coma por dois meses. Uma enfermeira vinha todos os dias para lhe ajudar. Ficar doente não é nada bom, imagino que Jina deve ter ficado muito triste vendo sua mãe naquele estado.
Com apenas 11 anos, ela teve que assumir a responsabilidade de uma casa sem orientações e ela não sabia fazer quase nada. Jina tinha que preparar as refeições, lavar e passar roupas, limpar a casa e ainda tinha que banhar, arrumar e vestir os quatros irmãos (Sally 9, Bárbara 8, Ricardo 7 e Patrícia 6). Por conta de tudo isso ela perdeu o semestre na escola. Um colega todos os dias levava para ela as tarefas da escola para que ela não perdesse o ano. Então ela só precisava ir na escola na época das provas. Mesmo assim, ela passou de ano, precisava ser uma estudante muito inteligente para passar de ano sem ajuda de um professor.

Quando ela começou a cozinhar, não sabia fazer quase nada. O que ela fazia era purê de batatas, verduras e outras comidas fáceis de preparar. O jantar aos domingos era sempre presunto porque o seu pai não tinha condições de comprar frango e nem peixe. Durante a semana seu pai comia carne de porco, enquanto as crianças sanduíches (sem carne) salada e leite.

Jina tinha que fazer a lista de compras, não era fácil porque sendo criança, ela não sabia o que era necessário para alimentar uma família. Ela ia com seu pai fazer as compras e às vezes ele deixava Jina pegar um pacote de bombons para as crianças. Era uma grande alegria para a criançada. Deus na Sua soberania já estava preparando essa menina para algo especial porque anos depois, ela precisaria fazer lista de compras para conferências e acampamentos.
Certo dia quando ela foi lavar roupas, Ricardo decidiu-lhe ajudar e aconteceu um acidente com ele. Ao preparar a máquina, enchendo o tanque com água, ele ligou a máquina na tomada que ficava no teto e quando ele estava descendo, a camisa dele enganchou no rolo da máquina e sua mão foi para dentro dos rolos. Jina ficou sem saber o que fazer. Pela graça de Deus, a máquina por si mesma desligou-se e a mão de Ricardo saiu. O vizinho veio ver a situação da mão do Ricardo e percebeu que não tinha sido nada grave. Daquele dia em diante ela nunca mais deixou Ricardo lhe ajudar com a roupa suja para lavar.

A situação financeira da família não era nada boa. As roupas das crianças eram passadas para a irmã seguinte. Jina possuía dois vestidos, um para a escola e o outro para à igreja.
Ainda com apenas um vestido, ela podia ir à igreja para louvar o nosso Deus. Sabe, crianças, Deus é quem cuida das nossas necessidades. Ele não promete dar tudo o que o nosso coração deseja, mas Ele nunca deixará faltar o necessário. Conte para Deus qualquer necessidade e confie n’Ele de todo o coração. Ele sabe o que é melhor para você.

Quando você acha que não tem um vestido novo ou uma calça nova para ir à igreja, o que você faz? Fica preocupado? Ou talvez você tenha muito mais. Então você pode agradecer a Deus e orar pelas crianças do sertão que não tem nem o que comer.
E o que será que vai acontecer com a pequena Jina?

Chamado para a Obra Missionária
Capítulo II
Certo dia Jina foi até a estação de trem junto com os irmãos da igreja para se despedir de sua professora que ia viajar para a China como missionária. A família da missionária conhecia a família da Jina porque sempre comprava leite fresco do sítio deles.
Na igreja, quando havia programações especiais, toda a família de Jina ia assistir. Essa ocasião era para ela a melhor parte de sua vida, especialmente quando as senhoras preparavam sobremesas para a família. Elas faziam isso porque sabiam que sua mãe estava doente. E como jina não sabia fazer bolo, aquilo era uma festa para seus irmãos.

Quando sua mãe começou a se recuperar, o médico sugeriu que ela arranjasse um emprego numa fábrica de envelope. Ele disse isso porque percebeu que os problemas de casa não estavam ajudando na sua recuperação e o trabalho poderia afastá-la desta situação.

Jina quando estava no sétimo ano, teve a oportunidade de participar de uma opereta (Pequena ópera em que as palavras em vez de faladas são cantadas). O cenário era num navio. Os dois personagens serviam as mesas e terminava com um pequeno número de dança, mas ela escondeu de seu pai que tinha que dançar. Quando ele ficou sabendo, não quis comprar a roupa que ela precisava para usar na sua apresentação. Sua professora de dança comprou a roupa para ela. 

Em outra ocasião, ela participou de mais uma peça, onde ela fazia o papel de uma senhora idosa. Seus pais aprovaram a peça e foram assistir, mas não permitiram que ela participasse da festa do elenco que iria acontecer depois do evento. Sei que às vezes não é fácil aceitar um “NÃO” de nossos pais, não é verdade? Porém a Palavra de Deus nos diz que devemos “Filhos em tudo obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Efésios 6.1).
Ainda cursando o sétimo ano, Jina teve que fazer um trabalho sobre o Brasil, era uma reportagem especialmente sobre o Rio de Janeiro. Sendo uma ótima aluna sua nota foi 10. O nosso Deus já estava lhe preparando para a Obra Missionária no Brasil.
Muitas vezes fazemos planos, mas é o Senhor quem nos dirige os passos.
“Os passos do homem são dirigidos pelo SENHOR; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho” (Provérbios 20.24).

Foi nessa época que ela sentiu o desejo de vir ao Brasil como missionária.
Certa vez assistindo um culto evangelístico, quando ela tinha 15 anos. Jina reconheceu que era pecadora e que precisava de um Salvador. Naquela noite ela recebeu Jesus como seu Senhor e Salvador. A esposa do pastor ficou espantada porque ela pensava que Jina já era uma salva no Senhor Jesus. Ela com muito prazer lhe ajudou na sua decisão. (Esse casal foi morar em Chicago)
E você já recebeu Jesus como seu Salvador pessoal? Se você ainda não fez essa decisão, pode fazer ainda hoje. Deus te ama e tem um plano maravilhoso para sua vida.

Quando Jina estava no ensino médio, resolveu fazer um curso de administração porque era a maneira de ganhar algum dinheiro. Terminando o curso, já tinha uma oferta de emprego. Nesse mesmo tempo, ela escreveu uma carta para a esposa do pastor em Chicago, falando do seu desejo de ser missionária. Para a Glória de Deus, eles já estavam orando por ela nesse sentido e Jina nem sabia disso. Então ela recebeu uma carta deles dizendo: “Nós vamos te ajudar pagando o 1º semestre de sua faculdade bíblica”. Que grande benção! Somente Deus pode fazer isso.

Então certa vez no jantar com sua família seu perguntou o que ela iria fazer da vida. Jina respondeu: “Eu vou para uma escola bíblica”. Ele com muita raiva deixou cair o garfo no prato, olhou bem para ela e disse: “Você nunca verá um centavo do meu dinheiro”. Ele cumpriu com sua palavra e por 15 anos não ajudou. Anos depois ele resolveu contribuir com seu ministério.
Em setembro de 1949, ela foi para a universidade de Moody. Duas famílias da Igreja ajudaram com suas roupas e a levaram para a faculdade. Nas férias ela ia para a casa da família do pastor em Chicago e trabalhava num restaurante. A esposa do pastor tinha uma voz muito suave e Jina gostou quando ela cantou o hino “Deus é Fiel”. Um versículo que a ajudou bastante foi esse: “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Tessalonicenses 5.24).

Um dia no restaurante enquanto servia uma senhora, Jina sem querer derramou chocolate em cima do casaco de pele daquela senhora. Ela pediu mil desculpas e pensava que ia ter um grande problema. Graças a Deus que a senhora foi muito gentil e não reclamou para o gerente.

Antes de se formar Jina foi para um encontro da Missão SEB (Sociedade Evangelizadora Bíblica), ela deu seu testemunho e depois foi aceita pela Missão. Ela se formou com notas excelentes e agora estava pronta para ir ao Brasil como missionária. Sua igreja deu o sustento completo e tudo o que ela precisava para sua viagem. Eles ainda mandaram uma máquina de costura, um fogão e uma máquina de lavar louças.

Como Deus é maravilhoso. Ele supre todas as nossas necessidades.
“E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Filipenses 4.19).
Pense numa necessidade sua nesse momento. Você pode confiar em Deus para satisfazê-la? Lembre-se que Deus te conhece muito bem e te ama muito.
Jina saiu de Moody para Nova York e de lá seguiu para o Brasil. Ela viajou com Bob Thompson e Hazel (todos solteiros). Quando eles chegaram no aeroporto de Nova York, puderam sair do navio porque tinham algumas horas de folga. Sua amiga Hazel (Os brasileiros a chamavam de D.Rées) e Bob começaram a ter uma boa amizade. Tudo ocorreu bem durante a viagem, só tiveram um clima ruim, mas isso não foi problema. No mesmo navio também viajava uma missionária da APEC (Aliança Pró Evangelização das Crianças). O navio era de carga, então havia poucas pessoas e a viagem foi confortável.

Chegando em Fortaleza, eles desceram do navio através de uma escada de corda e entraram num barco menor que os levou para o cais. Para Jina que estava com medo da água foi um desafio, mas ela confiava em Deus. Com apenas 23 anos de idades, veio como missionária ao Brasil no estado do Ceará por amor a Cristo. Ela estava obedecendo o IDE de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).

Saindo do cais ela foi para a casa da Missão onde os missionários Horácio e Ida moravam. Jina e sua amiga Hazel ficaram na casa durante um mês até encontrar uma casa em Messejana e foi morar nesse bairro de Fortaleza. E agora tinha o desafio de aprender uma nova língua e viver numa nova cultura. Jina só sabia falar inglês e nada de português. 
O que iria fazer para conversar com o povo brasileiro?
Se você tem Jesus como seu Salvador, você pode orar pelos missionários que estão em várias partes do nosso país e em outros países. Não é fácil deixar seu povo e sua cultura e ir para um lugar que não conhece.
É sempre bom lembrar que eles não estão sozinhos.
“...de maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hebreus 13.5).

Sob o Cuidado de Deus
Capítulo III
 Para aprender a língua portuguesa, Jina todos os dias ia brincar com as crianças no campinho de futebol. Ela apontava as coisas e perguntava as crianças: “Como se chama isso?”.  Elas respondiam e Jina repetia as palavras e assim ela ia aprendendo algumas palavras em português. Quando as crianças riam, ela sabia que tinha falado a palavra errada e repetia até falar correto.


Jina teve muita dificuldade em pronunciar bem as palavras, mas falava e entendia o português muito melhor do que sua amiga Hazel. Ela fez um curso para aprender melhor a língua durante um ano e quando terminou, a Missão só não a enviou para o interior porque ela parecia que tinha somente 15 anos. Então sua amiga Hazel foi para a cidade de Sobral (interior do Cesará). Jina ficou morando em Messejana com uma amiga brasileira.

Deus é muito bom e usou as crianças para que Jina aprendesse a nossa língua. Você acha que foi fácil para ela? (Deixe as crianças responderem). Deus quer usar você também para ajudar em casa, na escola ou até mesmo na sua rua.
Em julho de 1954, Jina teve que viajar para Sobral porque a Conferência dos Missionários seria realizada nessa cidade. Todos os missionários tinham que viajar de trem. Foi nessa ocasião que Jina conheceu o jovem missionário chamado Samuel que havia chegado pouco meses ao Brasil. Ela ficou hospedada na casa de Hazel, ele na casa dos missionários Jim e Margarete. Eles começaram a se conhecerem melhor. Samuel sempre acompanhava Jina até a casa de Hazel.

Nos anos 50, a Missão não achava conveniente um rapaz e uma moça saírem sozinhos, então muitas vezes os missionários Vernardo e Rosy saíam com eles. Na verdade, o casal estava cooperando com o namoro de Samuel e Jina. Antes, Jina falava que jamais casaria com alguém com o cabelo de fogo (ruivo). E Samuel sempre dizia que Jina estava lhe perseguindo com um pano de prato até prendê-lo.
Eles brincavam com isso porque às vezes quando tinha muita gente na casa da Missão em Fortaleza, todos tinham que ajudar com alguma coisa. Ele e Jina ficavam com a louça, e ele jogava o pano de prato em Jina. Ela devolvia a brincadeira e dizia: “É melhor prestar atenção, pois você pode prender o pano no avental”.

Morando em Sobral, certo dia Jina foi visitar Samuel na casa dos missionários Jim e Maragarete, porque ele estava doente. Naquele dia, ele a pediu em casamente e na mesma hora ela disse “SIM”. Então ele perguntou se ela não queria orar sobre isso. Ela respondeu: “Mas eu já fiz isso”. Na verdade, Jina já estava orando por ela pelo fato deles serem bem amigos.
Samuel e Jina amavam a Deus e agora queriam servi-lo juntos como marido e mulher. O tempo de namoro e noivado foi 6 meses.
Eles se casaram em Sobral no dia 17 de dezembro de 1954. As pessoas da cidade estavam curiosas porque nunca tinham visto um casamento de americanos. Como alguns não puderam entrar porque o pátio estava lotado, então eles jogaram tomates, ovos e pedras. Fizeram tanto barulho durante a cerimônia que foi difícil ouvir com clareza. 

Quando o casamento encerrou, o corredor da igreja estava tão cheio de cadeiras que tiveram que afastar para que os noivos pudessem passar. Havia velas no final do corredor, caso faltasse energia elétrica, então quando Samuel e Jina passaram pelo corredor, o véu do vestido tocou em uma das velas começou a pegar fogo. Eles conseguiram apagar o fogo de alguma maneira e saíram da igreja, mas as pessoas continuaram a jogar tomates nas pessoas.

Você acha certo o que as pessoas fizeram? O que elas fizeram é pecado diante de Deus. Pecado é tudo aquilo que você faz, pensa e diz que não agrada a Deus. Ao mentir, dizer palavras feias, zombar ou jogar coisa em alguém é pecado. Todos pecaram (Romanos 3.23). O salário do pecado é a morte. Somente Jesus pode perdoar o seu pecado e te dar a vida eterna (João 14.6).

Uma semana depois do casamento, eles trouxeram uma jovem chamada Angelita para morar com eles. Angelita era como uma irmã mais velha para Jina, na verdade era considerada como parte da família (Angelita morou com eles durante 20 anos até se casar).

Pastor Samuel e Dona Jina descobriram que na cidade de Quixeramobim, as pessoas nunca ouviram falar das Boas Novas do Evangelho. Eles decidiram que aquela cidade era o lugar que deveriam anunciar o Evangelho. Com um mês de casados foram moram nessa cidade. Foi difícil alugar uma casa, mas finalmente conseguiram uma casa duplex de uma senhora viúva. A cidade era controlada pela igreja católica especialmente pelo padre. O padre tinha dito: “Aqui nunca haverá um culto evangélico”. Pr. Samuel e D. JIna andavam de casa em casa, mas as pessoas não queriam saber do Evangelho. Uma ou duas pessoas creram em Jesus, mas o padre os expulsou da cidade.
Quando o trabalho estava começando em Mombaça, quatro missionários foram realizar uma Campanha Evangelística na cidade. Para pregar na praça eles pediram permissão do delegado, do prefeito e do juiz. Eles deram autorização e o culto começaria às 19:00 horas. Os missionários não sabiam que o padre tinha ido para Senador Pompeu recrutar uns pistoleiros para atrapalhar o culto. Estes homens estavam cercando a cidade enquanto o padre ficou na igreja com 15 desses homens para combinar como iriam interromper o culto. Para ter coragem o padre tomou uma boa dose de vinho.


O culto começou com um prelúdio e um quarteto de voz cantando. O sistema de som era ligado na bateria do jipe e havia uma vitrola para tocar os hinos. No momento em que o pastor Samuel pegou o microfone para pregar, as pessoas começaram a correr de um lado para outro. Pastor Vernardo que controlava o som, pegou o aparelho e no tumulto ele caiu porque havia mais de cem pessoas presentes. Nesse momento o pastor Samuel viu uma pessoa com uma roupa longa na esquina. Os 15 homens que estavam dando apoio ao padre saíram de fininho e nenhum deles ficou. O padre sozinho gritou bem alto: “Povo de Mombaça expulsem esses protestantes, matem esses espiões”. Ele tirou de sua batina um revólver 38, então o delegado e três guardas correram até ele e pediram a arma. Como o padre não quis obedecer, foi preciso prendê-lo.

O delegado disse para o pastor Samuel: “Vá em frente e termine seu culto”. Com muita fé e confiança no Senhor Jesus, ele pregou naquela noite. Com o resultado de sua pregação, pelo menos um futuro pastor foi salvo – José Bernardino (Hoje está com o Senhor).
Deus protegeu a vida do pastor Samuel e dos outros missionários. A Palavra de Deus nos diz: “O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Salmo 121.7-8).
Quando você estiver passando por algum problema ou perigo, busque a Deus em oração. Somente Deus tem pode te socorrer. Lembre-se que Deus nunca vai deixar você (Hebreus 13.5b).

Crescendo nas Dificuldades
Capítulo IV
Morando ainda em Quixeramobim nos anos 50, houve um ano de muita seca, todos da cidade esperavam que chovessem, porém isso não aconteceu. Então, certo domingo, o padre pegou o seu alto falante e falou para a cidade inteira: “Vocês devem apenas se conformar porque esse ano vai ser um ano de seca, não haverá inverno”.

Naquela mesma noite haveria um culto num quartinho que o missionário Samuel tinha alugado. O pastor Samuel pediu para o irmão Chico orar por chuva. Ele orou com muito entusiasmo para que Deus mandasse chuva, mesmo sabendo que todo agricultor estava ciente das palavras do padre.
Quando o culto terminou, meia hora depois o céu começou a ficar escuro com nuvens carregadas. Pr. Samuel e D.Jina correram para casa e assim quando chegaram em casa e caiu uma grande chuva. Foi tanta chuva que a água entrou na casa deles. 

No outro dia bem cedo, um conhecido dos missionários falou para Pr. Samuel: “Ontem à noite quando estava passando perto de sua igreja, ouvi quando vocês oraram por chuvas e realmente aconteceu”.

Na Bíblia, o livro de Deus nos conta a história do profeta Elias que “orou pra que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos” (Tiago 5.7-8).

Deus é Todo Poderoso e atende as nossas orações. Você pode falar com Deus a qualquer momento. O Senhor Jesus deseja que você conte para ele o seus desejos e necessidades. Deus responde de três maneiras: “Sim, Não ou Espere”. A resposta d’Ele é sempre melhor para nossas vidas.
Pastor Samuel e D.Jina tiveram que enfrentar muita oposição por causa do padre. Deus, porém, estava ensinando a confiar e depender somente d’Ele. Houve uma ocasião em que o padre pegou o megafone e leu para toda a cidade a seguinte passagem bíblica: “O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5.8). 
Ele fez isso durante quinze minutos para ofender os missionários e o trabalho de Deus. Jina estava grávida do seu primeiro bebê e não foi fácil para ela. Pela tardinha o Pr. Samuel disse para sua esposa que eles não tinham nada a esconder e foram dar uma volta na cidade como as outras pessoas. Mesmo sem querer ir, Jina foi de mãos dada com seu esposo e passearam até a praça.
Enquanto caminhavam, eles viram uma pessoa se aproximando, era o padre. O Pastor Samuel falou: “Boa noite, meu senhor”. Naquele momento o padre reconhecendo-os deu um “Boa noite” gaguejando.
Eles continuaram caminhando e ninguém os perturbou. No dia seguinte, um amigo deles que tinha visto o encontro deles com o padre perguntou: “Como você falou tão civilizado com a pessoa que tentou manchar o caráter de vocês? Se fosse um brasileiro teria ido atrás dele com uma faca”. Esse acontecimento abriu oportunidades para eles compartilharem do amor de Deus e como o Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus, derramou seu sangue na cruz do Calvário.

Em dezembro de 1955 nasceu Filipe. A missionária Amy Bergen ajudou no parto da D.Jina. O menino nasceu forte e sadio (Hoje ele e sua esposa Rachel são missionários aqui no Brasil no Rio Grande do Sul). Depois, eles tiveram duas filhas – Glória e Susana. Ambas moram nos Estados Unidos.
Para comunicar melhor o Evangelho, o casal resolveu realizar uma Campanha Evangelística na cidade. Eles falaram com algumas pessoas e conseguiram um armazém que estava desocupado. Pr. Vernardo e D.Rosy veio com a família para ajuda-lo no culto. Tudo ocorreu bem. Após o culto, os missionários acompanharam uma família que morava depois de uma barragem. Enquanto eles caminhavam uma senhora jogou areia neles chamando-os de “fantasmas”. 
Eles ouviram também um barulho como se fosse de um bode. As pessoas estavam chamando os missionários de bode.

Foi um tempo difícil para eles, mas Pr. Samuel e D.Jina sabiam que isso não era comparado com que o Senhor Jesus sofreu por eles e por nós.
“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pedro 2.24).

Os soldaram bateram no Senhor Jesus com chicotes, zombaram e cuspiram nele. Ele foi crucificado numa cruz entre dois ladrões e ainda colocaram em sua cabeça uma coroa de espinhos. Jesus pagou o preço pelos nossos pecados. Depois de morto, seu corpo foi sepultado, mas ao terceiro dia pelo poder de Deus, Ele ressuscitou, está vivo de novo (1 Coríntios 15.3-4). 
Hoje Ele está no Céu e habita no coração de todo aquele que reconheceu que era pecador e que precisava de um Salvador.
Apesar das pessoas rejeitaram a Palavra de Deus, Pr. Samuel e D. Jina continuaram falando do amor de Deus e da Obra redentora do Senhor Jesus. Eles iam de bicicleta para um sítio que uma senhora cedeu para eles comunicar o Evangelho. Os adultos não tinham muito interesse, mas havia muitas crianças na área que ouviram as histórias bíblicas que D. Jina contava.

Certo dia quando eles estavam voltando do culto de bicicleta, o céu começou a ficar bonito para chover, então o Pr. Samuel disse para Jina: “Siga-me”. A estrada estava lamacenta. A bicicleta dele tinha luz, mas a dela não. Então ela vinha atrás dele e não viu uma poça d’água. Os sapatos dela atolaram na lama. Seus sapatos eram vermelhos e preferidos de D. Jina. Não tinha tempo para procura-los. Eles chegaram em casa e não se molharam na chuva.

O tempo que eles moraram em Quixeramobim foi oito anos. O catolicismo era muito forte e o padre proibia as pessoas de assistirem aos cultos. Aqueles que recebiam a Jesus como Salvador tiveram que deixar a cidade e foram trabalhar em fazendas pequenas. O padre proibia os moradores da cidade de dar emprego, comida e de até vender mercadorias para eles. Pr. Samuel podia andar me qualquer loja e visitar qualquer pessoa.

Os brasileiros pensavam que só os americanos tinham o direito de serem crentes, mas eles não. Era um lugar difícil para evangelizar. Pastor Samuel aprendeu duas ricas lições: Ter paciência e persistência no trabalho do Senhor.
A Palavra de Deus diz: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na Obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Coríntios 15.58).
Os missionários viajaram aos Estados Unidos e quando retornaram foram para outro local anunciar as Boas Novas da Salvação.

Perseverança na Obra de Deus
Capítulo V
Quando eles chegaram dos Estados Unidos, a Missão decidiu que eles iriam para outro local e não voltariam para Quixeramobim. Eles foram morar em Pajuçara (Cidade metropolitana de Fortaleza). A missão havia comprado um sítio para construir um acampamento. Começaram a construção em novembro de 1962 e o primeiro retiro estava programado para janeiro de 1963. Com apenas dois meses para construir o acampamento, a obra não ficaria completa, mas mesmo assim os missionários continuaram trabalhando. Enquanto isso a família morava numa casinha que ficava no sítio, depois construíram uma casa maior. Antes do acampamento em Pajuçara, eles realizavam retiros em Paraguai (interior do Ceará). Foi lá que os pastores Francisco Pompeu, Nicodemos e Joaquim receberam a Jesus como Salvador.

Em Pajuçara, eles tentaram começar o trabalho evangelístico em gente do sítio e do outro lado da rua ficava a igreja católica, as pessoas não vinham para os cultos.
Então o Sr. Chico e D. Auzita com seus 13 filhos vieram morar em Pajuçara (antes eles moravam em Quixeramobim). Os missionários construíram uma casa para eles nos fundos do sítio, ali foi o início da Escola Bíblica Dominical. As pessoas começaram a participar da Escola Dominical porque não era em frente a igreja católica. D. Luiza, e algumas crianças foram os primeiros que se converteram ao Senhor Jesus.
Os missionários fizeram amizades com as pessoas ao redor e contrataram alguns para trabalharem no sítio. Isso deu grandes oportunidades para transmitir o amor de Deus e continuar perseverando na Obra Missionária.
D. Dade era uma senhora que eles convidaram para ir a Escola Bíblica Dominical. Ela era uma católica devota. Depois de um ano, ela finalmente disse: “Eu vou logo para essa escola porque só assim eles vão parar de me perturbar”. Ela gostou tanto que no terceiro domingo, recebeu a Jesus como seu Salvador. Assim que chegou em casa, pegou o seu cachimbo e jogo-o pela janela falando que não ia precisar mais daquilo. Foi o começo de uma vida cristã para a sua família, ela foi uma pessoa fiel a Deus e levou seus filhos para a igreja.

O Sr. Batata estava embriagado quando reconheceu o quanto era pecador e que precisava de Jesus.
 Pr. Samuel colocou o braço no ombro dele e Sr. Batata falou: “Hoje eu sou um crente no Senhor Jesus”. Ele nunca esqueceu o que o médico disse que ele tinha apenas um mês de vida. Ele parou de beber e tornou uma coluna forte, um pacificador na Igreja. Seu filho Marco Joel não só se tornou um homem de negócio, mas também um dos líderes da Igreja Bíblica de Pajuçara.

A Igreja passou por lutas e dificuldades até o trabalho crescer. Pr. Samuel se esforçou no ensino da Palavra de Deus a ajudou os irmãos a aprender por conta própria. Ele costumava fala: “Pastores vêm e vão, mas as pessoas permanecem e aprendem como superar os problemas e não esperam só pelo pastor”. Realmente a igreja tem crescido, tem congregações e ajuda no sustento de pastores e missionários.
Você menino e menina que já tem Jesus como seu Salvador, você precisa crescer no conhecimento de Deus. Como?
Orando – Orar é falar com Deus
Lendo a Bíblia todos os dias
Participando fielmente nos cultos
Falando de Jesus para seus amigos

Pr. Samuel necessitava construir outro acampamento porque o governo desapropriou a parte onde ficava o acampamento. Eles compraram uma casa na rua principal, sem saber que no futuro seria a sede da Igreja Bíblica de Pajuçara.
Quando os missionários Samuel e Edgar Lieb, estavam planejando construir o acampamento Beréia no bairro Água Fria, ele conheceu o Sr. Manoel Leite. O missionário Edgar conhecia o Sr. Manoel Leite porque ele morava peto da sua casa em Granja – Ce. Então ele sabia que Sr. Manoel trabalhava em construção e o convidou para ser o mestre de obras. Os três de D. Dade também vieram trabalhar na construção. Eles não sabiam ler e pediram ao Sr. Manoel para ler a Bíblia para eles depois do trabalho. Assim o Sr. Manoel lia a Palavra de Deus e os três irmãos explicavam o amor de Deus para ele. E sabe o que aconteceu? O Sr. Manoel também recebeu a Jesus como seu Salvador. 
Ele pediu perdão a Deus pelos seus pecados e creu em Jesus Cristo. Ele sentia uma grande alegria em seu coração. Ele sabia que o Senhor Jesus estaria para sempre com ele (Hebreus 13.5b).

E você já pediu perdão a Deus por causa de seus pecados? Deus quer te perdoar e fazer de você um filho d’Ele (João 1.12).
Para aprender mais sobre Deus, o Sr. Manoel começou a assistir os cultos em Pajuçara. Ele levou seu amigo Franciné e ele também foi tocado pelo amor de Deus e se tronou um crente no Senhor Jesus.

Depois o Pr. Samuel e D. Jina iniciaram o trabalho evangelístico em Santa Fé (hoje Parangaba), bairro onde o Sr. Manoel tinha sua residência. Os cultos eram realizados numa casa que eles comparam. D. Jina ensinava sozinha 130 crianças, elas não faziam bagunça e ficavam atentas ouvindo as histórias bíblicas. As crianças ficavam num quarto e adultos na casa do Sr. Manoel Leite. E assim o trabalho foi crescendo e passou a ser a Igreja Bíblica de Santa Fé.
Os missionários Filipe e Rachel Stucky começaram o ministério de Discipulado na Igreja. Os homens tiveram oportunidades de fazerem o curso e tornaram-se os líderes da Igreja. Hoje esse curso é ministrado no Seminário e Instituto Bíblico Maranata (SIBIMA). Pr. Samuel ensinou durante 15 anos na Escola Discipular e nos cursos de Bacharel no SIBIMA.

Eles enfrentaram lutas e provações. D. Jina tinha muitas dores de cabeça e o médico disse que ela tinha um tumor no cérebro. O médico operou e ela precisou fazer ressonância magnética de 6 em 6 meses. Pr. Samuel orou ao Senhor: “Se o Senhor ainda nos deseja no ministério faça um milagre”. Foi um tempo muito difícil, mas Deus tinha um plano. Sabendo que o nosso Deus estava no controle de tudo, eles se aproximaram mais do Senhor. Pr. Samuel disse: “A carreira missionária poderia ter terminado cedo, mas Deus é bom, é misericordioso”.

Em 2005, eles completaram 50 anos de casados. A comemoração foi na Igreja Bíblica de Santa Rosa.
Depois de aposentados em uma visita ao Brasil, o casal foi para uma Campanha Evangelística numa pequena igreja em Quixeramobim. Depois de 30 anos eles foram para essa cidade e algumas pessoas se aproximaram do Pr. Samuel e falaram: “Você se lembra de nós? Nós éramos aquelas crianças que jogavam pedras no senhor! Agora nós somos crentes no Senhor Jesus”.
D. Jina partiu para o Céu no dia 10 de junho de 2012. Agora ela está na presença no Senhor. 
O Sr. Samuel mora nos Estados Unidos perto de filha Susana.
 
Informações para o Professor:
Louvo a Deus por mais uma história de alguém que amou ao Senhor e veio serví-lO em nosso país. A história é ilustrada em cartazes e está dividida em cinco capítulos. Pode ser contada em acampamentos, Conferência Missionária, Escola Bíblica de Férias, ou em aulas consecutivas.
A Deus toda a glória, àquele que me amou e a si mesmo se entregou por mim.
Objetivo da História:
Ajudar a criança a entender o que o missionário faz e desenvolver nela um real interesse pela Obra Missionária, consagrando sua vida para o Senhor.

Versículos para memorizar:
“Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Tessalonicenses 5.24)

Autora: Darlene Alencar Oliveira
Ilustração: Nildo Bento da Silva e José Rômulo B. Saraiva
Tradução: Edna Araújo Vasconcelos
Revisão: Jenuan Silva Lira
Colaboração: Filipe Stucky

O lançamento dessa história foi no dia 31 de março de 2007 na Igreja Bíblica de Pajuçara.


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